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  • Mário Sant'Ana

A jornada de ser e educar um bom homem

Atualizado: 20 de set. de 2022

Por Mário Sant'Ana, publicado originalmente em NSC Total

A ressignificação do papel da mulher e outras mudanças nos comportamentos sociais têm exigido que o homem melhore a forma como se relaciona com os que lhe são mais próximos e atualize sua participação na sociedade. Isso é bom. É impossível melhorar sem mudar.

Entretanto, como já fiz várias mudanças que não resultaram em melhorias, tenho buscado caminhos que aumentem minhas chances de sucesso nesse esforço. Nesse sentido, resolvi me debruçar sobre o poema intitulado “Se”, que o autor, Rudyard Kipling, dedicou ao seu filho.


O texto tem um significado especial na minha vida. Meu pai o leu para mim quando eu tinha uns doze anos. Foi uma experiência gigante, mas coube em lugar seguro no meu jovem coração e de lá nunca saiu.


O fim do poema revela o desejo do poeta e de meu pai: “Será um Homem, meu filho”.


Ao grafar Homem com inicial maiúscula, Kipling indicou referir-se aos atributos superiores às características biológicas que distinguem os machos das fêmeas da espécie humana, às qualidades de um bom homem. O que ele quer dizer e como entende que isso possa acontecer é o que vamos discutir nesta série.


O ensinamento fundamental

A lição básica que tiro do poema é que nossas conquistas são principalmente condicionais ao que somos e fazemos, não tanto às circunstâncias.


A jornada de um bom homem é marcada por decisões e aprendizados. Se sua pré-disposição estiver correta, o coração sincero e a mente atenta, aprenderá com os outros e pela experiência —professora rigorosa, mas muito eficaz. Cada decisão que tomar mudará o conjunto de opções com o qual terá de lidar.


“Bom homem” não é um título entregue no fim da vida aos merecedores. É algo vivo que ganha forma ao longo da jornada, a qual “é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” — ensina o antigo provérbio.


O bom homem é o construtor de uma obra em andamento: ele próprio. “Assim como o material do carpinteiro é a madeira, e o do estatuário é o bronze, a matéria prima da arte de viver é a própria vida de cada pessoa” — já ensinava Epicteto.


Para isso, o bom homem está sempre calibrando seu caráter e aperfeiçoando sua coragem moral, isto é, a capacidade de fazer o que reconhece ser moralmente certo, apesar dos riscos de desdobramentos adversos.



Educação | Projeto social de educação | Voluntariado em Joinville


A densidade é extraordinária. As qualidades que o autor ressalta como necessárias para o filho ser um bom homem não são triviais nem naturais para os machos do bando: serenidade, autocontrole, autoconhecimento, paciência, compromisso com a verdade, integridade, empatia, autodeterminação, modéstia e humildade.


E é sobre isso que falaremos nos próximos artigos desta série.


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